Talvez me esperem
Do outro lado do muro
Um finíssimo fio de sémen
Me separa entre o dia e a noite
Entre o bem e o mal
Talvez me esperem
Entre a claridade e a escuridão
E de um lado tenho o mar
Do outro
A terra árida do sofrimento
O cansaço das manhãs amargas
Que tingem a minha boca de sílabas
Talvez me esperem
As sombras das ruas doentes da cidade
Os semáforos que me proíbem os sonhos
Quando o muro se abraça ao meu peito…
Luís Fontinha
10 de Junho de 2011
Alijó