O cansaço da noite
Abraça-se ao meu peito
Milímetros de sol poisam na minha mão
E sou observado pelo sorriso das cerejas,
O perfume alicerça-se-me nas narinas entupidas pelos cigarros
Retiro-a desajeitadamente da árvore suspensa na manhã
E nos meus lábios sinto a sua pele gostosa e macia
Perco-me em minutos, saboreio-a na minha boca,
Trinco-a e atiro o caroço contra as nuvens
Penso no rio quando me sentava a contar petroleiros na tarde
E agora percebo que o meu quintal
É um silêncio de navios rumo ao mar…
Luís Fontinha
12 de Junho de 2011
Alijó