Não me esperes para jantar
Hoje vou destapar a lua
Descarrilar o meu corpo sobre as linhas da vida
Pedir um desejo e pegar num livro ao adormecer,
Cerrar os meus olhos nos silêncios da manhã
Correr pelas pedras do jardim
Hoje não me esperes
Hoje vou destapar a lua,
Hoje
Pendurar as palavras no estendal
Enxugá-las levemente com os dedos da chuva
Hoje nas sílabas os meus lábios,
Um cigarro que te olha e deseja ardentemente
Hoje vou destapar a lua
E na tua barriguinha…
Construir cócegas,
Poisar a mão no teu púbis
Abrir a janela de acesso ao mar
E nos teus olhos de gaivota
Coloco a venda que tapa a lua…
Luís Fontinha
15 de Junho de 2011
Alijó