Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

17
Jun 11

As amarras que me prendem aos socalcos do Douro

E o meu corpo em silêncio

Afunda-se no rio

Como um pássaro martirizado no fim de tarde,

 

O xisto entranha-se nas fendas das minhas mãos

A secura nos lábios onde se escondem cigarros

E projectam a minha sombra na neblina,

Do meu peito uma voz esquisita

 

Trémula como a luz que as videiras absorvem

Espalha-se nos cachos em crescimento,

O meu corpo funde-se e fica líquido

 

Misturado com o vinho do Porto,

E nas amarras de tungsténio

Poisa a tua mão que me vai libertar…

 

 

Luís Fontinha

17 de Junho de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 11:46

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