As amarras que me prendem aos socalcos do Douro
E o meu corpo em silêncio
Afunda-se no rio
Como um pássaro martirizado no fim de tarde,
O xisto entranha-se nas fendas das minhas mãos
A secura nos lábios onde se escondem cigarros
E projectam a minha sombra na neblina,
Do meu peito uma voz esquisita
Trémula como a luz que as videiras absorvem
Espalha-se nos cachos em crescimento,
O meu corpo funde-se e fica líquido
Misturado com o vinho do Porto,
E nas amarras de tungsténio
Poisa a tua mão que me vai libertar…
Luís Fontinha
17 de Junho de 2011
Alijó