Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

18
Jun 11

E nas árvores os meus braços suspensos

Da manhã cansaços da manhã em desalentos

O meu corpo evapora-se nas nuvens em silêncios

E do meu peito em cinza acorda a dor

 

A vontade de morrer

Diminuir tenuemente nas sombras da cidade

Que este corpo não sente este corpo diluído na saudade

E mergulhar no oceano imaginário dos meus olhos

 

Pegar nas palavras e projecta-las na parede da solidão

Abraçar-me aos ponteiros de um envelhecido relógio

Gritar no escuro engasgado nos embondeiros

E junto ao mar em desassossego…

 

O mar engole-me dissolvendo os meus ossos em pó

Dentro de mim só sílabas empoleiradas no sorriso das gaivotas

E nas árvores os meus braços suspensos

O meu corpo que finge estar vivo.

 

 

Luís Fontinha

18 de Junho de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 10:55

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