O trompete acordava no fim de tarde
E dos meus braços cresciam algas
Em desespero,
Do outro lado do rio
Uma criança brincava com os sons do trompete
E no chão térreo desenhava silêncios.
O meu coração em pulos desacertados
Como se estive entre uma pauta confusa de perceber,
O néon sorri nas ruas
E as flores, aos poucos, dormem.
O trompete sem fôlego
Suspendia-se na sombra dos pinheiros,
E eu não medo.
Eu pronto para a viagem
Quando o destino é o infinito…
E enquanto me preparo, saboreio os sons mágicos do trompete.
Luís Fontinha
11 de Março de 2011