Saboreia-se a garganta fina e escura
No rio desencontrado
Brincam gaivotas com ternura
Gaivotas que poisam no chão molhado…
Gaivotas que voam no meu peito
E nas asas transportam a saudade
Do dia que termina sem jeito
No mar em liberdade,
Saboreia-se a garganta fina e escura
Nesta mão que tece a madrugada
Em lábios de secura
Na boca engasgada.
Ai se pudesse abraçar a gaivota molhada
Que corre na areia cansada!