Hoje se eu sou
Ontem não o era
Hoje um miserável dia do calendário
Um número sem importância pregado na parede,
E onde se esconde a parede
Que deixou de existir?
Hoje apenas um silêncio
Que separa a cozinha da sala,
Durante a noite a parede consumida
Pelas estrelas de papel
Hoje se eu sou
Ontem não o era,
E amanhã certamente não sou
O eu de hoje
O ontem de eu…
O amanhã que não existe.