O uivar dos pássaros
Das ruas imersas em pedacinhos amanhecer
O sol que se alicerça nas amoreiras
E escorre da monta ao rio esconder,
Das páginas da manhã
As sílabas das horas mortas
As vogais em silêncio
Correndo pelas ruas tortas,
Em flor a tua mão
O livro semeado na alvorada
No livro o papel encardido
Quando acorda a madrugada,
Ai senhor o uivar dos pássaros
E das ruas vem-me o cheiro a hortelã
Nos plátanos cansados
Os segredos da manhã,
E não importa que sou
Porque tenho corpo para sofrer
Cheirar o uivar dos pássaros
E lutar para não morrer…