Sobram-me as pedrinhas da rua
Porque essas são de toda a gente
Sobram-me os silêncios da lua
Quando em mim eu ausente,
Viver na escuridão dos dias passados
Ou esconder-me na neblina junto ao mar
Ter os braços amarrados
E na noite me afundar,
Em sacudidelas amargas deixo cair
A pelugem das minhas asas
E cerro os olhos para fugir…
E poderei eu esconder
O sorriso das minhas brasas
Na fogueira que não cessa de arder?