E quando a luminosidade de uma árvore
Nas pétalas absorventes do vento
Teu corpo em mim saudade
Corpo de ti alimento,
Pendura-se no néon a cidade
Tu deitada na minha mão cintilante
Tu as ruas indefinidas dos prédios em ruína
Na tua pele meu amor na tua pele o céu brilhante
A lua do teu corpo,
Quero afagar os teus seios de amanhecer
Sem que os ponteiros do relógio acordem
Na manhã que vai nascer,
Vivo da esmola do teu corpo
Habito no teu útero desejado
Mergulho no teu púbis da noite
Ao teu corpo abraçado,
E no mar deixo o meu sémen que brota de ti
Nas horas amortecidas do luar
De ti a noite ancorada nas nuvens de algodão
Em ti os meus lábios beijar.