Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

06
Jul 11

Esconde-se nas árvores da manhã

O corpo esfomeado da noite

As sílabas em palavras impressas na sombra

As palavras que se cansam na algibeira,

 

Em pedacinhos de papel as pétalas

Na garganta das nuvens

Vem chuvinha

Vai embora a névoa dos seus olhos,

 

O corpo argamassado no telhado da dor

Vacila e não cai

O vento que escorre da manhã

As árvores do seu peito entaladas no desespero,

 

- “Esconde-se nas árvores da manhã

O corpo esfomeado da noite

As sílabas em palavras impressas na sombra

As palavras que se cansam na algibeira,”

 

As árvores do seu peito ramos de seda

Nos cortinados das horas intermináveis

O orgasmo das palavras que a algibeira esconde

E se misturam com os restos de cigarros em solidão,

 

O corpo defecado na retrete da vida

Afunda-se como um cagalhão atirado pela janela

Sorri e sorri e sorri…

E despede-se com um olhar das árvores da manhã.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 11:49

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