Noite,
Dormir ensopado no sono
Erguer-me devagarinho e abraçar-me à janela
E olhar-me no espelho da rua,
Noite,
Se os teus lábios deitados na almofada
A pele silenciosa da tua mão
No meu ombro calcinado pela madrugada,
E da noite,
Gaivotas com cheiro a desejo
Poisadas na mesa-de-cabeceira
Junto aos meus óculos esfomeados de letras,
De palavras
Noite,
De sílabas
Noite.