Pilantra amarrotado nos caixotes de lixo
Que traz a sombra sobre os ombros enforcados
Nos dentes restos de bicho
Na boca pedacinhos de cigarros,
Otário desentendido com a manhã submersa
Um relógio de pulso avariado
Dois dedos de conversa
E está o homem engatado,
Deitado no chão da cozinha
Grita na madrugada
Ai Jesus Ai mãezinha
- E isto não é nada,
Diz-lhe o outro junto à lareira incendiada
- Que pensavas tu?
Que comias a sopa descansada
E não te ia ao cu?