Será a vida o amontoado esqueleto
De pétalas emagrecidas na manhã?
Viver,
Morrer,
Ser
E não ter,
O mar que me abrace
Gaivotas na minha mão em beijos adormecidos
As ondas supérfluas
Que brincam na algibeira,
Ser
E não ter,
Mão para me agarrar
Quando o vento em fúria acorrentada
Se enlaça ao meus pescoço
E eu, e eu finjo que a fome é frio,
E que o rio é uma planície de malmequeres
E que os malmequeres são pessoas
Sombras despedidas no nada
Sombras abraçadas às ervinhas que o chão engorda,
Viver
Morrer
Ser
E não ter,
Em mim coração
Em ti braços para me alicerçar
Nuvens de espuma para me deitarem
Os malmequeres tombados na noite…