Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

12
Jul 11

A saliva da tarde

Misturada com os cigarros da solidão

E na minha boca a saudade

O infinito rio emaranhado em fios de seda purpurina

Nos socalcos da minha mão

Em sombras de silício sina,

 

Mergulho a cabeça no rio

Ou penduro-me silenciosamente

Nos ramos de um plátano com cio

E me abraço ao tronco caliente,

 

E é-me indiferente,

 

Os meus olhos com overdose de paisagem

O xisto no chão que me castiga

Os ossos circunflexos em viagem

E dentro de mim os murganhos em revolução

O mesmo lamento a mesma cantiga

A dor de quem não tem pão,

 

E é-me indiferente,

 

Os lábios sem cor

Os dentes encavalitados no céu-da-boca

O jardim em flor

E tudo isso coisa pouca,

 

Ou coisa nenhuma…

O douro é um amontoado de silabas deitadas na encosta

Sem barcos nem espuma

O douro: ou se gosta ou não se gosta…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 16:33

Julho 2011
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9






Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Posts mais comentados
mais sobre mim
pesquisar
 
blogs SAPO