O meu corpo alimentado
Pelas larvas da manhã
Servido na bandeja da tarde
Enfeitado com cardos da montanha
As pedras onde me sentei
E correram para o mar
Das pedras nasceram flores
Das sombras das pedras cansam-se as borboletas
O meu corpo entalado
Na garganta da solidão
Que arde na fogueira da dor
Que se enterra no túnel da maré
E do lodo que me cobre
As quilhas sobre mim nas ruas da cidade
Os candeeiros que tropeçam nos meus braços
E dos bancos do jardim fica a saudade…