Do xisto as migalhas da noite
O sabor do pão quente na madrugada
Em xisto o meu corpo agarrado aos socalcos
Quando o rio se esconde na alvorada,
Flutuam as tuas mãos no silêncio da calçada
Em pássaros rabugentos que brincam na montanha
Em xisto caminha o rio na tarde
E corre tão depressa que ninguém o apanha,
O rio douro prende-nos ao cansaço
Com as sombras nas videiras
O corpo dilata-se nos braços da lua
Em abraços de oliveiras.