A humidade cintilante das tuas mãos
Quando poisam no silício encardido do meu rosto
Deformado no espelho da manhã
Um monstro de sete cabeças
Quatro braços que se agarram ao sol
E três pernas de madeira rancorosa
A mobília do meu corpo range nas nuvens
Como uma porta transparente
Um barco em sofrimento
Geme no cais da saudade
E a água salgada do mar
Entranha-se nos seus braços
A humidade cintilante das tuas mãos
Quando beijam os meus lábios em flor
E me abraças nas arcadas do sonho
E me prendes à vida como uma árvore…