O chefe da estação
Bêbado da alvorada
De bandeira na mão
Cambaleando na calçada,
Os carris entram-lhe nos olhos minguados
E do rio as algas suspensas nos braços
O pinhão em socalcos encalhados
Dos vinhedos em cansaços,
O chefe da estação
No desespero de comboios engasgados
E o pôr-do-sol deita-se-lhe na mão,
O rio engole o chefe da estação
Em silêncios de dias amargurados
No silêncio do verão…