Em sua mão de seda escarlate
Poisa a gaivota atrevida
Mistura-se o céu com chocolate
E esconde-se o mar com vida,
Brincam peixes na calçada
Descem a rua sem sentido
Corre a nuvem na alvorada
Até ao rio esquecido,
É triste ser mendigo
E vaguear junto às arvores esfomeadas,
É triste não ter porto de abrigo
Um cais para atracar,
Em suas mãos cansadas
Nascem pétalas que olham o mar.