Os barcos no teu olhar,
Minha querida,
Quando o douro caminha para o mar
E me abraço a um plátano em despedida,
Lanço-te um beijo e os teus lábios se dilatam
Nos socalcos escondidos,
Meu amor, porque as gaivotas se matam
Nos silêncios perdidos!
O teu corpo de abelha flor
Misturado nas nuvens da manhã ensonada
E na tua mão a dor,
A magreza dos plátanos à minha beira…
Os barcos no teu olhar de madrugada
Quando me sento junto à ribeira.