O silêncio dói
Na pedra que esmaga e mói
Quando a noite se ausenta
E a tarde não foi,
E nas acardas
Meus versos emagrecem
Nas palavras que esquecem
As flores no campo deitadas,
O silêncio que me mata
E me entra pela garganta
Quando a nuvem tapa
E o céu aumenta,
No silêncio que dói
Dos momentos infinitos
E uma menina se abraça
Aos cansaços da tarde,
No silêncio que dói
Nos escurecidos labirintos
Quando do mar a barcaça
No pôr-do-sol arde.