Os barcos que brincam
Quando a tua mão poisa nas nuvens
E do pôr-do-sol a noite
E na noite emerge o teu peito no luar,
O dia termina em cansaço
E o meu relógio de pulso sente o teu olhar
Meu amor, preciso de um abraço,
Antes de olhar o mar…
E deitar-me na areia finíssima de Luanda
Engolir sombras de mangueira em demanda
Pegar no meu papagaio de papel
Que nos céus se suspende do cordel,
Os barcos que brincam
Nos teus seios despidos na madrugada
E os teus lábios que mastigam
Silêncios de nada,
Os barcos, meu amor,
Que se passeiam no Tejo,
E o teu corpo transforma-se em barco
Que no mastro habita uma flor…