Entras pela janela
Poisas silenciosamente na minha mão
De ti crescem gaivotas em revolta
E de mim, em mim as tuas ondas enroladas,
O mar!
Onde cresci na tua espuma em delírio
E as tuas ruas finitas e sem saída
O mar em mim martírio,
O mar da minha vida…
Entras pela janela
Poisas silenciosamente na minha mão
E nunca vi coisa tão bela,
Os teus lençóis de seda
No pôr-do-sol da minha cama
Olho o teto…
E vejo as estrelas em chama…
Entras pela janela
Poisas silenciosamente na minha mão
Adormeço com uma rosa amarela
E do meu peito uivam os suspiros do coração.