Nem os pássaros voam neste céu azul de solidão
E as árvores abraçam-se à terra engasgada na tarde,
No mar acordam ondas de ilusão
E na minha mão um silêncio que arde,
Estou sentado, e sem explicação começo a voar…
Aos poucos sou puxado por uma nuvem
E o meu corpo misturado no ar
Em pedacinhos de penugem,
Finjo que sou eu
E que navego no mar
Finjo que entrei dentro do céu
E continuo a caminhar,
A fingir e a fingir
Pareço uma gaivota desgovernada
Um dia vou sorrir
E ao outro dia olhar a lua encarnada…