(para ti, menina que espetava pregos nas oliveiras)
A tua boca
Que o silêncio mastiga
E a madrugada cultiva
Na manhã ressequida,
A tua boca
Que o orvalho castiga
Quando a amora da silva
Fica na tua boca perdia,
E a tua boca
É coisa pouca,
A tua boca
Que o silêncio mastiga
Os fios de néon em cantiga
Na madrugada louca,
E em silêncios de nada
Na tua voz rouca
A tua boca
Que o silêncio mastiga
A tua boca amada.