Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

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Ago 11

É domingo, é domingo e hoje, hoje esqueci-me de acordar, adormeci, fiquei enrolado nos lençóis da noite, sonhava, sonhava que caminhava sobre as nuvens de mão dada com deus, e penso, é impossível, deus não existe, e as nuvens, as nuvens não existem,

 

É domingo, é domingo e percebo que uma nova semana acorda, igual à semana que termina, e percebo que as horas são uma sucessão de desilusões, umas trás das outras, o relógio caminha apressadamente no meu pulso, e os meus braços começam a fraquejar, sem forças,

 

É domingo, é domingo e percebo que quando chegar a noite uma âncora se espeta no meu peito, eu, eu sou o mar, e o barco enferrujado da vida poisa na minha mão, desisto, não desisto, e pergunto-me, ele pergunta-se, O que faço?, O que vamos fazer?,  e deus, e deus que não existe responde-me, e deus que não existe responde-lhe, Nada, espera, espera que o mar entre pela janela, não façam nada, esperem que o mar entre dentro de vós,

 

E eu, e ele, vamos esperar a chegada do mar…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 12:31

Agosto 2011
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