Abraço-me à noite que vejo nascer
Entre sorrisos e distâncias indeterminadas,
Entre sonhos e veredas renascer
Das cinzas apagadas.
Abraço-me à tua sombra em Belém jardim
Que me viu sofrer, chorar…
Ai medo que se apoderou de mim
Quando eu corria para o mar…
Abraço-me. E num abraço meu
Vejo a noite caminhar,
E aos poucos, no infinito céu
A luz que na minha sombra vem adormecer,
Corro, corro sem parar,
Com medo de morrer!
Luís Fontinha
Alijó/Portugal