E se o rio fingir
Que é rio,
E se o rio que não é rio
É um rio de mentir,
E se o rio fingir
Que é rio,
E se o rio que não é rio
É um rio de sorrir,
O douro não é a fingir
E os socalcos abraçam-no na madrugada,
No douro há um filho da puta a sorrir
E que proíbe os sonhos da alvorada,
E se o rio fingir
Que é rio,
E se o rio que não é rio
É um rio de mentir,
E um dia esse filho da puta vai cair,
E um dia o rio que não é rio torna a ser rio a sorrir…
E se o rio fingir
Que é rio,
E se o rio que não é rio
É um rio sem dormir…
(poema de ficção)