Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

06
Set 11

Quando cai a noite

E sobre a mesa sobras de nada

As palavras de ontem

As sílabas dentro do prato vazio,

 

Dos livros a finíssima poeira,

A dor engasgada na tolha,

O candeeiro que geme

E ais e uis tombam no pavimento,

 

O cortinado seminu em delírio

E uma mulher procura a sombra,

E na parede poisa um crucifixo

E ela acredita e ela pede-lhe,

 

E ele sorri,

E ele não a vai abandonar…

Quando cai a noite

E sobre a mesa sobras de nada,

 

Nem palavras,

Nem sílabas,

Nem vogais,

Nem o mar do outro lado da rua,

 

E porque choram os plátanos

Quando cai a noite?

E frestas de luz entram na mão da mulher

E o crucifixo desenha sorrisos na maré,

 

E cai a noite,

E das palavras estrelas perdidas,

E das sílabas palavras pregadas no céu,

E das vogais o silêncio da vida,

 

Recomeçar

E não desistir,

Amar…

E nunca, e nunca deixar de sorrir!

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:28

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