As tiras de sábado
Nos farrapos de pano,
Os botões de domingo
Nas mãos de um cigano,
Uma esmola à porta da igreja
E um sorriso pendurado no pescoço,
E se não me engano
Um cigano dentro de um poço,
Vende as meias e vende as sandálias,
As tiras de sábado engasgadas na feira,
E o cigano marreco
Aos tiros na eira,
Só cinco euros baratinho,
Tudo a cinco euros menino,
As tiras de sábado nos botões de domingo…
E na igreja toca o sino,
O cigano marreco faleceu
Enfartou-se nos panos em farrapinhos,
Vem a ASAE à feira
E os ciganos voam como passarinhos…