O ponteiro dos segundos
Em mim encostado,
Sou um sorriso junto ao mar
Sou um corpo abandonado,
E quando olho a paisagem
Que vem até à minha mão,
Sinto o ponteiro dos segundos
A espetar o meu coração.
Sou um relógio sem corda
Pendurado no silêncio da madrugada,
Sou as sombras que escondem o teu corpo
Quando entras em casa cansada.
E o ponteiro dos segundos
Em mim encostado,
Tem sono
Está cansado…
Cansado da velocidade que o teu sorriso faz girar
O vortex dos teus lábios,
Cansado de caminhar junto ao mar
E ouvir sempre os mesmos sábios…
Luís Fontinha
4 de Março de 2011