Da terra ao céu
As minhas asas vagueiam noite e dia,
O meu corpo despede-se do teu…
E tenho em mim a alegria
A tela onde poisas a tua mão.
Da terra ao céu me despeço da madrugada,
Subo a montanha, soletro sílabas e caio no chão
Como um pássaro moribundo na calçada.
Ai se eu pudesse voar
Livremente na ausência da alvorada…
E junto ao mar
Deitar-me de barriga ao alto,
E correr na areia molhada…
E da terra ao céu em apenas um salto.
Luís Fontinha
6 de Março de 2011
O povo tem fome
O povo protesta
O povo farto
Cansado desta festa,
O povo protesta
O povo tem fome
O povo começa a ficar chateado…
- Oh povo, qual é o vosso nome?
E o povo sem nome
Cansado deste circo ambulante.
O povo tem fome
O povo precisa urgentemente
Do pão alimento.
O povo protesta e tem fome…
E parece que ninguém quer saber
Do povo sem nome…
- Revoltai-vos povo com fome!
Revoltai-vos povo jumento…
Luís Fontinha
6 de Março de 2011
Despeço-me da vida
Com o silêncio do mar
Mas que vida esta minha
Passar os dias a sonhar,
Despeço-me da vida
E vou ao encontro de outras galáxias,
Procuro na luz
Um simples sorriso
Que me faça acordar.
Despeço-me da vida
E a vida esconde-se em cada meu olhar…
Despeço-me da vida
E procuro estrelas no céu,
Outras vidas
Outros sorrisos para eu gritar
Aqui estou eu.
Luís Fontinha
6 de Março de 2011
