O espelho do guarda-fatos, frio,
Eu, abraçado à minha imagem desfocada,
Envelhecida,
Emagrecida
Pelo cansaço da solidão.
Da janela emerge uma gaivota
Que me sorri…
E à minha volta
Dormem os malmequeres em flor.
O espelho aperta-me com toda a sua força,
E os meus ossos estremecem na noite,
E a noite orça…
Luís Fontinha
8 de Março de 2011