Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

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Abr 11

Abraço-me ao sono

Com a noite em andamento

Dentro do guarda-fatos o meu esqueleto guardado

Pendurado de cabeça para baixo

 

O sono em abanões constantes

Solavancos na calçada

E pontapés na janela para o rio

Abraço-me ao sono

 

E do sono recebo um sorriso

O vento embrulhado em mim

Eu sem sono eu não sono

Escondido no néon da madrugada

 

Ela diz que estou louco

Maluco

Patético

Xexé…

 

Abraço-me ao sono

Com a noite em andamento

Dentro do guarda-fatos o meu esqueleto guardado

Pendurado de cabeça para baixo

 

Tenho vertigens

Envergonhadas na noite

Arrepios de sono

Eu sem sono eu não sono…

 

 

FLRF

11 de Abril de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:17

Em cada dia de mim

Páginas em branco

Palavras sem sentido

Que tomam banho na minha mão

 

Porque em cada dia de mim

Há um silêncio em teu olhar

Uma rosa à minha espera

Junto à ribeira

 

Um cisne que me come

Na imensidão da noite

Que em cada dia de mim

Acorda o luar que vem de ti…

 

 

FLRF

11 de Abril de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 17:33

São as palavras que alimentam o meu corpo

Nas palavras que roubo aos meus livros

São as palavras que vagueiam no meu cigarro

Das noites de delírio

 

Quando nas palavras

Uma caneta se revolta

E o papel ensonado

Com as palavras amarrotadas

 

Na noite sonâmbula

Um sino corre na torre da igreja

E eis a entrada triunfal de deus…

Que em vez de me trazer comida

 

Traz-me palavras…

Palavras de merda

Sílabas em migalhas

Deixadas ao acaso numa qualquer sanita da cidade

 

São as palavras que alimentam o meu corpo

Nas palavras que roubo aos meus livros

Das palavras que me prendem ao silêncio

Nas palavras dos meus dias sofridos…

 

 

FLRF

11 de Abril de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 16:10

Não me interessa o silêncio dos pássaros

Que se penduram nos teus braços

Não me importa a primavera

Não quero saber da madrugada

 

Não me interessa a tua mão

Que poisa no meu rosto

Ou quando os teus lábios

Adormecem na minha boca

 

Não me interessa

Não me importa

Nada…

 

Não me interessa o silêncio dos pássaros

Que se penduram nos teus braços

E a maré se enrola no teu sorriso

Nem me interessam as tuas mãos

 

Quando fazes festinhas numa gaivota

Dentro do meu quarto

Deitada na minha cama…

Não me interessa o meu rosto emerso no espelho pendurado na parede

 

Não me interessa

Não me importa

Nada…

 

Não me interessa o teu corpo em meu desejo

Não me interessa e não me importo

Não me interessa a tua voz

Perdida num beijo

 

Porque o que me interessa

E me importa…

Não me interessa

Não me importa

Nada…

 

 

 

FLRF

11 de Abril de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 11:35

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