Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

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Abr 11

Quando na tua boca os meus beijos

Penetram até às profundezas do desejo

Descem os rochedos da madrugada

E acordam o amanhecer,

 

O mar entra pela janela…

 

Agarra-se aos cortinados

Abraça-se nas tuas coxas…

 

E a minha mão a afugentar o mar

E o mar teimosamente na minha cama

Deitado

À tua espera,

 

O mar entra pela janela…

 

Alicerça-se dentro do guarda-fatos

Veste-se de sombra

Disfarça-se de lábios…

Nos meus beijos desejados.

 

 

FLRF

13 de Abril de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:54

Que tem a minha mão, tem nada, é a tua mão.

Dentro de mim um cavalo branco percorre todos os pedacinhos do meu pensamento, a seu lado, tu, tenho a certeza que és tu, vestida de branco e olhas para mim…

Pego na tua mão… e adormeço.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:56

Dos teus lábios emergem silêncios

Nos teus lábios crescem safiras

Dos teus beijos o meu alimento

Quando a noite indefinida

 

Entra em mim e de mim o vento

À procura dos teus beijos

Que os teus lábios acordam

Os meus lábios em desejos…

 

Dos teus lábios emergem silêncios

Madrugadas ao luar

Beijos nos meus braços

Beijos com sabor a mar.

 

 

FLRF

13 de Abril de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 17:41

Nunca recebi uma simples flor

Da tua mão, meu amor!

 

Estou habituado a receber

Silêncios de nada,

Fantasmas da madrugada

Que se confundem com o amanhecer.

 

A minha antologia poética.

Um saco de papéis espalhados pelo chão

À espera de irem para o contentor,

Nunca recebi da tua mão

Uma simples flor.

 

És tão patética!

 

Nos meus versos que foram teus

E agora são do nada,

Pequenas palavras em folhas de papel

Ornamentam o teu olhar,

És tão patética, meu amor,

Que nunca recebi flores da tua mão.

Aí momentos meus

Que se perderam no batel…

Escondem-se na madrugada.

 

E agora são Luar!

São nada.

 

Nunca recebi uma simples flor

Da tua mão, meu amor!

 

Nem uma simples rosa amarrotada.

Nada.

 

 

Luís Fontinha

publicado por Francisco Luís Fontinha às 10:51

O cordel que se escondia na minha mão quase sempre se estampava contra o sol, e o meu papagaio de papel, com muitas cores e onde costumava escrever com um sorriso, acabava sempre por se incendiar, desaparecia na escuridão, não do dia, mas da escuridão do amanhecer que há pouco acabava de acordar, preguiçoso, mal educado, e os meninos das cubatas arregalavam os dentes ao verem o meu papagaio desfeito em cinzas, malandros, e o cordel aos poucos vinha na minha direcção, enrolava-se ao meu pescoço e acabávamos por adormecer debaixo de uma mangueira, às vezes acordados pela passagem de um monstro dos céus que por perto costumava poisar, onde passava a noite, e eu lá ficava eternamente à espera que uma nuvem amiga me viesse buscar e me levasse para longe, junto ao mar; o mussulo.

 

A tarde escondia-se na luz que começava a dispersar e era quando eu e o ausente íamos para o portão da entrada, os dois, olhávamos para o infinito, eu despedia-me da nuvem que brincava comigo, enquanto ele apenas agarrava-se à minha sombra adormecida no chão, e de barriga para cima, olhava-me nos olhos e dizia-me baixinho; boa noite.

 

 

(texto de ficção)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:32

Silêncio de espuma

Nas palavras dispersas do teu olhar…

Folhas caducas e adormecidas,

Em palavras em silêncio esquecidas.

O vento sopra cansaço bruma,

Ou na leveza do ser, cansaço amar!

 

Amar amor…

Nesta triste livraria poeirenta.

Silêncio em tremenda dor

Que meu peito afugenta…

 

Feliz aquele onde a morte,

Inofensiva, alegre, parte…, adormece!

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:14

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