Estou farta da mesquinhez
Dos pássaros parvos que não sabem cantar
E dos não parvos que sabem cantar,
Estou farta do silêncio da madrugada
Do abismo ao amanhecer
Da distância em metros ou quilómetros.
Estou farta da escumalha pretoriana
Que dominam a minha terra
E se dizem detentores da verdade; Qual verdade?
Estou farta do infinito
Das estrelas lua ou luar
E das galáxias mais distantes.
Estou farta das carícias sem ser desejada
Do sexo pelo sexo,
Das telas pincéis e paisagens
Que pinto na escuridão.
Estou farta das tuas mãos
E do teu olhar,
E também do teu sorriso,
Estou farta de caminhar
E o túnel não tem fim…
Estou farta do mar
Que no meu pensamento parece brincar,
Sem desejo de desejar
Ou um simples carinho para te dar,
Estou farta de mim, de ti, e do vento
Que no teu desejo parece habitar.
Estou farta mas não morta…
Estou farta!