Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

19
Abr 11

Abri a janela e a chuva rompia pelas amoreiras, os pássaros suspensos numa manhã de primavera, e dentro de mim a angustia dos teus braços quando ao fim da tarde me esperam junto ao rio, o vento bate nos teus cabelos, e no teu sorriso a finíssima neblina entre os olhares do néon que aos poucos acorda nos olhos de um veleiro, sento-me sobre uma pedra esquecida pela madrugada, puxo do silêncio do meu pensamento, e perguntam-me, e pergunto-me, qual o sitio mais longínquo onde estive,

- decididamente os teus braços!

 

 

Luís Fontinha

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:35

O meu corpo liquidifica-se

E esconde-se entre as frestas da noite

Some-se entre os cigarros

Que em suspenso na janela

 

Olham o mar e ao longe um petroleiro aflito

Emagrece entre os minutos e os segundos

De um relógio que brinca nas ondas do oceano

Está frio e chove dentro de mim

 

E nas ruas da minha cidade

Vem a noite

Acordam os holofotes do silêncio…

- Tenho medo

 

O meu corpo liquidifica-se

No caminhar de um transeunte

Some-se entre os cigarros

Que em suspenso na janela

 

Olham o mar

- Tenho medo

E peço um desejo;

Que nunca seja noite.

 

 

FLRF

19 de Abril de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:23

 

 

 

 

Luís Fontinha

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:39

Que demónios são estes

Que sombras são estas

Que coisa esquisita me atormenta na noite

E adormece no dia.

 

Que demónios são estes

Que sombras são estas

 

Que juntamente com as palavras

Se enroladas nas sílabas

Pregam-se às paredes da minha cama

E não me deixam dormir.

 

Brincar na noite…

Que demónios são estes

Que sombras são estas

 

Me deixam a cabeça suspensa no tecto da solidão…

E se agarram ao meu corpo entalado nas frestas

Preso na escuridão.

 

 

FLRF

19 de Abril de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 11:36

(à in-perfeita)

 

A cidade perdida nas ruas embaciadas de lágrimas

O silêncio penetra entre as paredes de uma sombra

E a sombra tem voz

E da sombra acorda a imensidão de um olhar

 

Um poste verga-se na ruela da saudade

E uma casa geme na noite

Quando acorda o sorriso

De uma janela virada para o mar

 

E nas ondas vergam-se velas de um veleiro

Esquecido na maré do dia anterior…

Está vento

E a fome emerge nas mãos de quem trabalha

 

Nos olhos onde a cidade se perde

E a cidade brinca

Com os braços de uma roseira

E a cidade aos encontrões nas lágrimas de quem chora

 

Embaciada numa ardósia onde se amontoam sílabas

Infinitas nas encostas da montanha

Ao longe

Muito longe dorme a cidade.

 

 

FLRF

19 de Abril de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:29

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