Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

10
Mai 11

Cessam as nuvens do amanhecer que tapam os meus olhos, cessa o néon encalhado na parede sobre as portas de entrada dos comércios, cessam os bancos do jardim e escondem-se por entre as sombras da rua, e logo pela manhã alicerçam-se nas minhas pernas as algas do rio que durante a noite entraram pela janela, tenho medo, fico preso ao chão, as minhas pernas ancoradas a um relógio de parede no silêncio do tempo engasgado e circular à volta do candeeiro, não ando, deixei de andar e também perdi a velocidade, quero esconder-me dentro de uma raio de sol, mas o sol é suficiente frio para aquecer o meu corpo gélido, verifico que sou de tungsténio, e cessam as nuvens do amanhecer que tapam os meus olhos, deixei de ver, deixei de observar as coisas belas e não belas, e há pedras tão belas, e belas tão flores, e mulheres incandescentes no limiar da conservação da massa, na aceleração gravítica, nos protões e electrões, e no infinito…

 

 

Luís Fontinha

10 de Maio de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:55

Estou bem obrigado

Sem asas

Não consigo voar…

 

Mas continuo a ser pássaro

E a poisar nos sonhos da madrugada,

 

E a passear junto ao mar.

 

Estou bem obrigado

Sem asas

Não consigo voar…

 

Mas posso amar

Sonhar

 

E a passear junto ao mar.

 

 

Luís Fontinha

10 de Maio de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 11:50

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