Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

15
Mai 11

Eu sei

Eu sei que sou um imbecil inadaptado

Um rio que corre ao contrário

Um segundo no relógio parado

 

Eu sei que nas minhas mãos não algas

Nem mar ou areia para me deitar

Eu sei

Eu sei que o meu barco está a afundar

 

Eu sei

Eu sei que na montanha há gaivotas

E que vem aí a tempestade

Eu sei, eu sei que no corredor não portas

 

Não nada onde me esconder

Não cama onde me deitar

Eu sei

Eu sei que sou um imbecil inadaptado à procura de ancorar…

 

 

 

Luís Fontinha

15 de Maio de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:05

Não tenho tempo para a vida

Não sou capaz de ouvir os pássaros na alvorada

Sou um sonâmbulo encapuçado

Um amontoado de ossos em peregrinação pela estrada

 

Espero a morte junto ao cais

Na companhia dos barcos ancorados à maré…

E do mar vem até mim os lábios de uma flor

E para o mar vai o meu corpo sem fé

 

Empacotado num caixote de madeira

E apenas com bilhete de ida…

Não sei se o meu corpo tem coragem de mergulhar até ao fundo do mar

Mas tenho a certeza que não tenho tempo para a vida.

 

 

Luís Fontinha

15 de Maio de 2011

Alijó

publicado por Francisco Luís Fontinha às 12:20

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