Eu sei
Eu sei que sou um imbecil inadaptado
Um rio que corre ao contrário
Um segundo no relógio parado
Eu sei que nas minhas mãos não algas
Nem mar ou areia para me deitar
Eu sei
Eu sei que o meu barco está a afundar
Eu sei
Eu sei que na montanha há gaivotas
E que vem aí a tempestade
Eu sei, eu sei que no corredor não portas
Não nada onde me esconder
Não cama onde me deitar
Eu sei
Eu sei que sou um imbecil inadaptado à procura de ancorar…
Luís Fontinha
15 de Maio de 2011
Alijó