Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

13
Ago 11

Arde a manhã quando no Douro se evapora o olhar dos socalcos, ele em busca dos cigarros na algibeira, e uma abelha poisa no portátil onde escrevo, lança-o à boca e no desejo da chegada do pôr-do-sol o fumo eleva-se ao cimo da montanha, um barco passeia-se e desparece na curva do rio, e o cigarro camuflado na tarde diminui, a cinza mistura-se no xisto, e no soalho as frinchas da garganta em secura, á agua entranha-se nos carris paralelos e curvilíneos e o Pinhão desaparece pela janela do ensonado comboio,

 

A noite hoje não vem,

 

Beijos ardentes

No teu corpo quente

Dos teus olhos diamantes

E na tua boca que sente

 

Os meus lábios seminus da madrugada

Beijos ardentes

No teu corpo quente

Nas coxas onde sentes

O acordar da alvorada

E do rio sem gente

 

As algas enroladas à tua cintura

As minhas mãos quentes

Com ternura

Que esperam os teus beijos ardentes…

 

A noite hoje não vem,

 

E a abelha olha-me como se eu fosse uma flor, e se não fosse alérgico às abelhas Juro por tudo, deixava-a comer-me!, desculpe menino, mas você é louco, Algum dia se viu ser comido por uma abelha?, e eu pensava enquanto assistia à conversa entre o menino Francisquinho e o portátil, e sinto no meu corpo as letras passearem-se ao som de the doors, e eu pensava O que este louco merecia é que lhe ferrasse a cabeça, e de certeza que lhe passava a maluquice, ai se não passava,

 

Arde a manhã quando no Douro se evapora o olhar dos socalcos, ele em busca dos cigarros na algibeira, e a abelha esconde-se na prateleira dos livros, encolhe as asas, cerra os olhinhos e grita Beijos ardentes,

 

E o louco termina o texto,

 

Beijos ardentes o tanas, beijos ardentes, coxas de diamantes, seios cintilantes, lábios vigilantes, pernas dormentes, e nos olhos a espuma do mar que sorri…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:58

(para ti, minha querida)

 

Se o amor é fogo

Deixa-me arder nos teus lábios

Dilacerar-me na tua boca

E poisar o meu peito no teu peito

Se o amor é fogo

Eu quero evaporar-me na tua mão

Ser rosa ser avião

E gritar da montanha

Que o amor é fogo

Que me abraças e mastigas a minha pele…

Pintas nos meus olhos as nuvens

E brincas nos meus braços

Como se fosses uma simples folha de papel

A seda que poisa em ti

Se o amor é fogo

Deixa-me arder nos teus lábios

Cansar-me no teu corpo

Quando o mar sorri no teu púbis

E uma gaivota suspensa em gotinhas de suor

Arde como eu nos teus lábios…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 18:47
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Amar quando o vento se enlaça

Nos braços de uma gaivota

E o tempo que passa

E não volta

Amar nos lábios da manhã

E a tarde abraçada ao mar

Amar a noite em pedacinhos de papel

No sorriso de um papagaio e um cordel

E no amor de amar

Amar o amor de uma mulher

Onde cresce uma flor

Onde vive a montanha em socalcos…

E um parvo qualquer

Nas nuvens aos saltos

Que gira e gira sem parar

No feitiço de amar…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 13:01

Ai o amor

Disfarçado de vaidades

Quando no céu rompe o amanhecer

E no mar o amor a crescer,

 

Amo

Sou amado

E tenho na cabeça um quadrado

Que à noite se travesti de ardósia,

 

Ai o amor

Que nos teus olhos pintados de mel

Poisa a abelha flor na sombra de um pincel

E os teus seios olham-me da tela suspensa na manhã,

 

Ai o amor

Que não me canso de te amar

E o teu corpo em flor

E o teu corpo com sabor a mar…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 12:41
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Suspendes-te nos meus braços

Plátano que dás sombra e vida,

Malditos pássaros

Que atravessam os socalcos

 

E poisam na tua mão em despedida,

Flor que aquece o meu olhar,

Fio de espuma

Onde se esconde o mar,

 

Malditos pássaros

Enrolados nos meus braços,

Canso-me dos plátanos

Rio-me dos cansaços,

 

Suspendes-te nos meus braços

Manhã que acabas de acordar,

Não fujas dos sargaços

Não tenhas medo de amar,

 

E a vida um plátano…

Na manhã acorda

Da noite evapora-se

E na tarde em sonhos de criança.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 11:48

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