Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

02
Set 11

A noite em pedacinhos de papel

Que engorda com rímel

E cresce e cresce

E agarra-se a uma estrela suspensa por um cordel,

 

A noite, é assim, doce como o mel

Umas vezes sorri, outras, desparece

A noite é um anel

Que no dedo emagrece,

 

E o pintor pinta-a com o pincel

E da noite uma mulher aparece

Agachada num batel,

 

A noite em pedacinhos de papel

Que engorda com rímel

A noite é uma árvore cansada

Que brinca no mar,

 

A noite em pastel

Quando a lua adormece

E nasce a madrugada…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:26

Hoje aconteceram coisas muito boas na minha vida, escrevi muito, escrevi muito percebendo que não adianta escrever nada, sou tão miserável por mito escrever como não escrevendo nada, e sou tão reconhecido como aqueles que não sabem escrever, e refiro-me infelizmente aos que são analfabetos,

 

Mas vou continuar a escrever, por prazer, apenas para chatear alguns gajos,

 

Mas vou continuar com a poesia, por prazer, apenas para chatear alguns gajos,

 

Hoje aconteceram coisas muito boas na minha vida, nada de especial, banais para alguns, muito especiais para mim, porque para mim especial não é ter ganho o euro milhões, não sei se já saíram os números, e também não estou muito interessado, nunca quis ser milionário, e não quero ser milionário,

 

Uma casinha de madeira junto ao mar na companhia da mulher que amo e sou amado, os nossos livros, e talvez um cão, duas ou três oliveiras para ela matar saudades da infância e espetar pregos, e é tudo, não quero mais nada,

 

Hoje aconteceram coisas muito boas na minha vida, escrevi muito, e não publiquei tudo, e vou deixar de publicar, isto é, irei apenas publicar algumas coisas, poucas, e assim muitos pensarão que morri, e enquanto acreditam que estou morto eu vou fazendo outras coisas mais interessantes, trabalhando se necessário na construção civil como servente durante o dia, e escrevendo durante a noite, e os poucos que me conhecem sabem que sempre dormi pouco, para mim dormir é uma seca tremenda, e é tempo desperdiçado comparado com a permanência do homem na terra,

 

Se eu dormir oito horas por dia quando tiver sessenta anos, vinte anos foram a dormir, e meu deus, tanto tempo desperdiçado, vinte anos que podiam ser aproveitados em tantas coisas, e vinte anos pode ser uma vida,

 

Mas se eu só dormir quatro horas por dia chego à conclusão que aos sessenta anos, e como neste momento tenho quarenta e cinco, quando chegar aos sessenta anos recuperei dois virgula cinco anos, e em dois anos e meio muita coisas se pode fazer,

 

Hoje aconteceram coisas muito boas na minha vida, escrevi muito, escrevi muito percebendo que não adianta escrever nada, e percebi que quando se é amado qualquer dificuldade da vida é ultrapassada, e nada servirá de desculpa para baixarmos os braços…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:20

Vem e poisa na minha mão

Vento do silêncio apaixonado,

Vem, vem ao meu coração,

Vem, vento cansado,

 

Vem e poisa na minha mão

Vento das tardes de amar,

 

Vem e poisa na minha mão

Vento do silêncio apaixonado,

Vem e não tenhas medo da solidão

E não tenhas medo de ficar acordado,

 

Vem e poisa na minha mão

Vento das tardes de amar,

Vem e poisa na minha mão

E não tenhas medo do mar.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 18:04
tags: , , ,

Como é linda esta flor selvagem

No campo cresceu em liberdade

É filha da paisagem

E amante da saudade,

 

As coisas mais simples são belas

Como esta flor selvagem

Que é acariciada pelas donzelas

E amada pela criadagem,

 

Como é linda esta flor selvagem

No campo cresceu em liberdade

No campo vive selvagem

No campo sem vaidade.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 15:34

E o sol em sorrisos de nada

Entra-me pela janela,

Oiço o mar que brinca na calçada,

E de mão dada

Com a flor mais bela,

 

E o sol em sorrisos de nada

Que acaricia os teus lábios de amanhecer,

E a lua em ti deitada

E a lua em ti viver…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 11:51
tags: , ,

Sou um livro

Muitas vezes folhado por quem não amava os livros,

Hoje continuo a ser livro

Um livro amado

Um livro folheado

Por quem lê livros e ama os livros,

 

Sou um livro

E nas minhas páginas

Todos os dias se escreve uma estória

Uma frase, um poema,

 

Sou um livro

Folheado e amado,

Sou um livro desejado,

 

Sou um livro apaixonado!

publicado por Francisco Luís Fontinha às 10:22

(e que dormes nos lençóis da noite)

 

A solidão

Quando desce a noite

E das estrelas sinto o teu perfume

Suavemente no meu peito,

 

A solidão

De não escrever boa noite no teu corpo

Afagar o teu cabelo

Com a minha mão,

 

A solidão

Quando não tenho os teus abraços

E com os meus lábios sentir o teu coração

Que adormece nos meus braços…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 00:15
tags: , ,

Setembro 2011
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9





Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds
Posts mais comentados
mais sobre mim
pesquisar
 
blogs SAPO