Perco-me
E ninguém me consegue encontrar,
Desencontro-me das flores
Que dormem sem acordar,
Perco-me
Nas sombras cansadas
Que a noite tece na escuridão…
E as minhas mãos atadas
Às árvores em solidão,
Perco-me da madrugada
E dos silêncios ancorados,
Perco-me da Luanda amada
E dos sorrisos apaixonados,
Perco-me
E ninguém me consegue encontrar,
E eu sou o vento
Que não se cansa de soprar,
E ninguém me consegue encontrar
Neste maldito sofrimento
Neste inferno de olhar o mar,
Perco-me da vida
Numa rua sem saída…
E nas lágrimas de chorar!