Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

29
Set 11

Desejo que adormeças nos meus braços

E que poises os teus cabelos nos meus lábios

Desejo a madrugada suspensa na minha janela

Desejo a lua que sorri às estrelas

As gaivotas do teu olhar

Desejo a tua mão

No meu rosto

Mergulhado no Luar

 

Desejo viver

E voar

 

Desejo a manhã em silêncios de luz

Desejo correr e saltar

No beijo desejado

Do beijo que me seduz

 

Desejo a tua boca de cereja

No meu corpo cansado…

 

Desejo ser o poema

Na Pétala de uma rosa amarela

Na minha cama

A chama que arde sem se cansar de uma vela…

E que se evapora no altar

Desejo amar

Sobre os rios que descem a montanha

E que correm para o mar

 

Desejo as flores que me acompanham na algibeira

A água fresca da ribeira

Desejo ser amado

E abraçado

 

Desejo que adormeças nos meus braços

E que poises os teus cabelos nos meus lábios

Desejo a madrugada suspensa na minha janela

 

Na pétala de uma rosa amarela!

publicado por Francisco Luís Fontinha às 22:23

Oiço a voz cansada do fim de tarde

Nas entranhas dos socalcos mastigados

Oiço o levitar agitado da manhã

Enquanto me sento e levanto

 

E corro entre o xisto magoado

Prendo-me ao monitor do computador

E da janela oiço a voz cansada do João

Do Manuel do Zé do Carlos e das nuvens em solidão…

 

E do António agarrado a uma flor

Sonâmbulo sobre quatro rodas do trator

Oiço oiço o Manuel a gritar…

- Doze e dezoito

 

Impossível penso eu

Deve ser das ondas do mar

Olho o céu

E oiço o Manuel a cantar

 

Enrolado nos braços do Rui

Oiço as pedras sobre o pôr-do-sol

E o Manuel a ateimar

- Doze e dezoito

 

Impossível de dar

Não há uva que resista

A tanto chorar…

 

Cerro a janela

E desligo-me do douro adormecido

Deixo a uva bela

Na cuba a fermentar

E amanhã do meu corpo dorido

Vão crescer sonhos de sonhar…

 

E oiço oiço um cão a ladrar

Na paisagem ente o rio e a montanha

Socalcos mastigados

Na garganta de uma aranha

 

Oiço a voz cansada do fim de tarde

Nas entranhas dos socalcos mastigados

 

E das lâmpadas do céu-da-boca

Acordam os meus lábios apaixonados…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 21:31

Setembro 2011
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9





Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds
Posts mais comentados
mais sobre mim
pesquisar
 
blogs SAPO