Recomeçar de novo, e renascer das cinzas.
Por vezes pensamos que a nossa vida não faz sentido, por vezes achamos que nunca vamos conseguir sair do buraco fundíssimo onde nos encontramos ou que os dias vão ser sempre noite.
Pensamos e achamos, e por vezes, e por vezes estamos redondamente enganados.
Aprendi que nada é eterno, e mesmo as ditaduras mais ferozes, mais cedo ou mais tarde, caiem, desmoronaram-se, e temos neste momento a situação da Líbia, ao fim de 42 anos de ditadura e desrespeitos pelos direitos mais simples e básicos a que qualquer cidadão tem direito, o povo acordou, e se o povo quiser, em união, tudo é possível.
Não quero deixar aqui nenhum apelo a uma revolução ou desordem pública, mas cada um de nós, pode e deve fazer a sua própria revolução, uma revolução interior, e se possível mudar de vida, recomeçar do zero.
Aprender novamente a caminhar, E depois, qual é o problema?
E pensei, e pense, e nem poderia ser de outra forma, recordei os momentos da minha infância, em Luanda, e recordo-me, e veio-me à memória quando eu caía no quintal e passados alguns momentos levantava-me, é verdade que às vezes com lágrimas nos olhos, mas levantava-me, e se nunca o tivesse feito, possivelmente ainda hoje estaria deitado debaixo das mangueiras à espera que alguém me ajudasse a erguer.
Não é vergonha recomeçar do zero.
E renascer das cinzas.
Caí muitas vezes, muitas, e sempre me ergui, Porque não agora?