Procuro nas tuas mãos
O silêncio que acaricia o meu rosto esfarrapado
Magoado entre a solidão
E o sofrimento de olhar
O céu nebulado
Procuro nas tuas mãos
O sorriso da montanha
O rio que corre e não se cansa
De caminhar
E se abraça ao mar
Procuro nas tuas mãos
As nuvens com sabor a lábios de mel
A manhã poisada nas acácias
E das tuas mãos
O odor do nevoeiro
Que se alicerça nos barcos desgovernados
Procuro nas tuas mãos
As palavras que escrevo
E grito
E que ninguém lê
E que toda a gente odeia
Procuro sem me cansar
Em todas as mãos que me olham
De todas as mãos que me magoam…
As sílabas de amar.