Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

17
Nov 11

 

59,4 x 84,1 (desenho de Luís Fontinha/MiLove)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 17:55

No dia em que se assinalou o 89º aniversário do nascimento de José Saramago, os bolgs do Sapo.pt deixam um desafio; escrever ou repescar um post antigo sobre José Saramago.

Não o vou fazer porque deixei de ter blog no Sapo.pt, mas gostava de partilhar algumas ideias sobre o tema.

Quando comecei a ler José Saramago quase todas as pessoas o odiavam;

“Que horror ele nem sabe escrever, Que porcaria sem pontuação…, E coisas do género!”

Li e ouvi variadas vezes e repetidamente estas e outras frases.

Quando comecei a ler José Saramago poucos o conheciam e curiosamente no dia em que é anunciada a atribuição do Nobel da Literatura a José Saramago, curiosamente todos tinham lido José Saramago e sem qualquer dúvida O melhor escritor de todos os tempos.

E nos dias seguintes lá iam eles como se fossem para a missa das 11 horas livraria dentro “Tem algum livro de José Saramago?”.

O mesmo se passa com António Lobo Antunes.

E a isto chama-se hipocrisia pura.

Dei-me ao trabalho de consultar o top 10 online da FNAC (http://www.fnac.pt/Os-Mais-Vendidos-Ficcao/l17334?bl=HGLIpdg) e curiosamente o inédito de José Saramago “Claraboia” que já tive o prazer de ler aparece em 6º lugar, e curiosamente, e curiosamente o novo livro de António Lobo Antunes “Comissão das Lágrimas” nem aparece nos dez primeiros.

E já estou a imaginar, espero que não tão cedo porque ainda pretendo ler muitos mais livros de António Lobo Antunes, e imagino que quando ele morrer toda a gente em Portugal gosta de A. Lobo Antunes, e imagino que quando ele morrer toda a gente em Portugal “O melhor escritor de todos os tempos”.

A isto chama-se hipocrisia pura.

E já agora, se me fosse dada a oportunidade de me sentar a uma mesa de café com quatro escritores ou poetas, sem qualquer dúvida eu escolheria; José Saramago, Luiz Pacheco, AL Berto e António Lobo Antunes.

 

Top 10 FNAC em 17/11/2011

 

1 - Herança

Christopher Paolini

 

2 - O Último Segredo

José Rodrigues dos Santos

 

3 - O Caderno de Maya + Oferta Exclusiva

Isabel Allende

 

4 - O 11º Mandamento + Oferta Exclusiva

Daniel Sá Nogueira

 

5 - 1Q84 Vol 1

Haruki Murakami

 

 

6 - Claraboia

José Saramago

 

 

7 - Abraço

José Luís Peixoto

8 - Marquesa de Alorna

Maria João Lopo de Carvalho

 

9 - História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar

Luis Sepúlveda

 

10 - Minha Querida Inês + Oferta Exclusiva

Margarida Rebelo Pinto

publicado por Francisco Luís Fontinha às 17:25

 

Vídeo com os desenhos de Luís Fontinha e música de Wordsong (AL Berto).

Wordsong é um projeto multimédia de Pedro d´Orey (Mler If Dada), Alexandre Cortez (Rádio Macau), Nuno Grácio e Filipe Valentim (Rádio Macau).

 

publicado por Francisco Luís Fontinha às 13:31

 

59,4 x 84,1 (desenho de Luís Fontinha/MiLove)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 13:09

Entre as ruinas da cidade

O mar sobe à copa das árvores

Um menino frágil sorri às gaivotas

Quando passam apressadas em direção ao silêncio invisível…

O menino perdido entre as ruinas da cidade

Extingue-se nas sílabas da manhã

 

Um poeta pesca palavras no rio da poesia

E o poema escreve-se sobre as ruinas da cidade

O poeta é um pescador

O poeta escreve nos olhos do menino frágil

Que sorri às gaivotas

E do rio da poesia

 

Um barco atulhado com contentores de poemas

Caminha sobre a copa das árvores

Entre as ruinas da cidade

A viagem desenha-se na solidão da manhã

publicado por Francisco Luís Fontinha às 11:27

E que a noite desce lentamente sobre o silêncio dos plátanos

Puxa de um cigarro

Senta-se no granito agreste da montanha

E que a noite desgostosa

Semeia beijos nos lábios da maré

E abraços no sorriso doirado do pôr-do-sol

 

E que a noite é assim Triste Cansada Solitária

Puxa de um cigarro

E perde-se nos suspiros do rio

Enquanto na montanha

A criança dorme e sonha com malmequeres

E que a noite desce

 

Lentamente sobre o silêncio dos plátanos

Toca no rosto do rio

E do outro lado

Almada dorme como um pássaro desgovernado

Como um pássaro sem asas

Poisado no granito agreste da montanha

publicado por Francisco Luís Fontinha às 01:46

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