Blog de Luís Fontinha. Nasceu em Luanda a 23/01/1966 e reside em Alijó - Portugal desde Setembro de 1971. Desenhador de construção civil, estudou Eng. Mecânica na ESTiG. Escreve, pinta, apaixonado por livros e cachimbos...

18
Nov 11

 

59,4 x 84,1 (desenho de Luís Fontinha)

 

O orgasmo metálico

Grita no aço da noite

A roda dentada tropeça entre o veio de transmissão

E o néon sibilado da maré

Sou feliz escrevo eu na espuma do mar

Grita no aço da noite

 

O petroleiro desnorteado

O orgasmo metálico ouve-se

Sou feliz escrevo eu na espuma do mar

Grita e grita e grita e não se cansa de gritar

A roda dentada

Que não cessa de girar

 

Sou feliz escrevo eu na espuma do mar

“És um parvalhão” sorri-me o petroleiro

Entre os orgasmos metálicos

E o púbis enfeitado do céu

Quando no aço da noite

Sinto as minhas mãos abraçadas a uma finíssima folha de papel

 

Escrevo

E escrevo

E escrevo Sou feliz na espuma do mar

Os orgasmos metálicos

Comem o mar

E o petroleiro adormece dentro de uma caixa de sapatos.

publicado por Francisco Luís Fontinha às 23:35

 

59,4 x 84,1 (desenho de Luís Fontinha)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 20:58

Há dias intermináveis

Com horas intermináveis

Segundos intermináveis

Há dias com noite e noites sem dia

Intermináveis

Os dias e as noites

publicado por Francisco Luís Fontinha às 20:26

 

59,4 x 84,1 (desenho de Luís Fontinha)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 19:42

 

59,4 x 84,1 (desenho de Luís Fontinha/MiLove)

publicado por Francisco Luís Fontinha às 13:33

O poema escreve-se no teu corpo

E semeio as sílabas dos meus lábios na tua boca,

O poema entranha-se em ti

E fios de luz enrodilham-se nos teus olhos,

 

Estarei louco?

Será o amor a crescer nas palavras que escrevo no teu corpo?

Ou o teu corpo é ou não é

Uma finíssima folha de papel…

 

O poema escreve-se no teu corpo

E dos teus gemidos construo um livro,

O teu corpo é ou não é…

O rio da poesia onde pesco as palavras,

 

E semeio as sílabas dos meus lábios na tua boca,

O poema entranha-se em ti

E fios de luz enrodilham-se nos teus olhos,

E quando a noite entra pela claraboia do desejo

 

O teu corpo é o poema,

E não,

E não estou louco!

Tu és o poema e o rio da poesia…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 11:46

Uma gravata de lâminas de barbear

Prende-se-me no pescoço da manhã

Olho o espelho

Olho-me no espelho e não eu

E malmequeres saltitam nos lábios da Gillette…

A gravata de lâminas sufoca-me

 

E os meus olhos começam a caminhar

Nas sandálias de couro

E nos malmequeres uma abelha

Que voa e voa e voa

E voa sem parar

Entra dentro do espelho

 

E a gravata de lâminas de barbear

Cada vez mais me aperta

E sufoca

A abelha geme dentro do púbis do espelho

E quando a minha mão acaricia os lábios da Gillette

O espelho finge que não me vê e evapora-se no pescoço da manhã…

publicado por Francisco Luís Fontinha às 01:04

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