Ardem os meus braços
No silêncio magnético do cubículo onde me sento
E olho as nuvens suspensas no teto
Que descem e poisam no meu corpo,
Pensava que estava vivo
E dou-me conta que morri
E aos poucos
O meu corpo traveste-se de cinza e pedacinhos de papel,
E o vento me levará
E o mar alimentar-se-á das minhas cinzas
Uma gaivota enrolar-se-á nos pedacinhos de papel que sobejaram do meu corpo…
E todas as minhas palavras deixarão de ser palavras,
Todas as minhas palavras
Um silêncio magnético
Que à velocidade da luz
Caminharão sobre o teto do cubículo onde me sento…